A Sónia Monteiro, colega de curso, tem uma escola de Yoga e outras práticas similares, a Freeflow Porto.
Conhecemo-nos há mais de 30 anos e reconhecemo-nos mutuamente como pessoas corajosas pelos caminhos percorridos e vividos, relativamente diferentes do expectável para a nossa geração.
Nesta fase da vida, somos quase vizinhas. Além de nos cruzarmos amiúde, quando fazemos caminhadas noturnas, já colaborámos por diversas vezes uma com a outra.
Recentemente, numa noite de lua cheia, encontrámo-nos e, no dia seguinte, a Sónia lançou-me um desafio:
“Vamos fazer um workshop de escrita criativa/meditativa?”
O sorriso foi a reação imediata. Tinha esse projeto na gaveta para voltar a colocar em prática.
Ao aliar a meditação à escrita, de forma mais estruturada, comecei a observar que essa ligação pode ser extremamente útil, não apenas para estimular a criatividade, mas também para nos conectarmos com o mais profundo que existe em nós e desvelarmo-nos por intermédio da escrita.
É isso que a escrita faz: desvela em palavras o que até esse momento está nublado.
Parafraseando Vergílio Ferreira, é como se até esse momento, de palavra escrita e viva, o que sentimos não existisse. A palavra escrita torna mais real o que existe dentro de nós; no limite: o que somos.
É indubitável que vivemos tempos tão acelerados que nem nos damos conta de como chegamos ao trabalho, da razão para nos deitarmos esgotados e de como chegamos ao domingo à noite com a sensação de que as 48 horas anteriores voaram sem que nos apercebêssemos.
Assim, e porque sabemos de pessoas que querem experimentar a meditação ou a escrita, ou ambas, acreditamos que esta é a oportunidade por que esperavam.
Para quem é esta oficina de escrita meditativa?
Para quem quiser!
– Para quem medita, ou quer meditar;
– Para quem quer escrevinhar-se e/ou experimentar ferramentas da escrita criativa.
O que não é preciso:
– ser escritor ou ter habilidades de escrita avançadas;
– ser praticante habitual de meditação.
O que é conveniente:
– ter vontade de experimentar práticas meditativas;
– ter vontade de escrever livremente;
– ter vontade de aumentar o autoconhecimento experimentando ambas as práticas;
– ter vontade de se desligar durante meia hora ou 1 hora (em 164 semanais) de tudo o resto.
Como?
1. Recorrendo a diversas técnicas de meditação, umas mais ativas do que outras. Não é obrigatório estarmos sentados para meditarmos.
Uma das práticas previstas é usar a 1ª fase da meditação Kundalini que consiste em agitar o corpo durante alguns minutos ao ritmo de uma música.
Com a meditação e a atenção plena somos capazes de reconhecer os nossos pensamentos, emoções, sensações e sentimentos. Conseguimos perceber que, além de serem transitórios, inconstantes e em contínuo movimento, são passíveis de serem controlados, assim estejamos disponíveis.
Ao tomarmos consciência do que se passa no nosso interior, somos impelidos a compreender que, apesar de não controlarmos o que acontece ao nosso redor, somos capazes de decidir como reagimos ao que se passa. Este é, provavelmente, o nosso maior poder: o de escolher como agir (sem reagir) à catadupa de acontecimentos do nosso quotidiano, sem ficarmos assoberbados.
2. Com recurso a ferramentas da escrita criativa, por ex., a sensorialização.
E escrever durante alguns minutos, de forma mais ou menos orientada, sem preocupações com a qualidade da escrita – que, neste contexto, é pessoal.
A ideia é realizar exercícios que permitam exteriorizar por palavras escritas o que a mão quiser.
A ligação entre a mão e o cérebro, entre a mão e o papel, é uma forma comprovadamente eficiente para nos abrirmos a nós próprios.
A escrita é, sem dúvida, uma atividade que nos permitiu evoluir ao longo dos séculos.
Por meio da escrita foi possível armazenar o que nos distingue dos outros animais: partilhar as nossas histórias e deixá-las como legado da humanidade.
A nossa identidade é construída pelas camadas que vamos acrescentando por cada experiência que vivemos. Só se torna reconhecida quando a contamos em histórias. Somos histórias que serão tanto mais significativas quanto mais importância lhes conferirmos.
E a escrita é uma forma excelente de refletir, de organizar as ideias, sentimentos, emoções, e dar sequência aos episódios que vivenciamos.
Para quê? O que esperar…
A ligação entre a meditação e a escrita tem tudo para ser fantasticamente assustadora.
Quando meditamos, estamos, de certa forma, a esvaziar-nos dos pensamentos que se seguem em modo contínuo. Até que, sem darmos conta, criamos espaços de silêncio.
Nesses espaços de silêncio, como que nos desligamos de nós – no sentido em que conseguimos não nos dar tanta importância e não nos levarmos tão a sério. E é nessa altura que damos lugar a outras vozes. A inspiração que nos impele a reconhecer o novo ou a dar novos significados ao que já foi.
E escrevemos, e escrevemos…
Com a meditação e a escrita como que podemos recriar um novo passado para a pessoa que somos hoje, seguramente muito distinta da que fomos outrora – só para dar um exemplo.
Quando:
– 13 de abril: 15h-18h.
Onde?
– Freeflow Porto – Rua Vale Formoso, 284 (perto do Jardim da Arca d’Água). 4200-509 Porto
– On-line
Mais informações e inscrição:
– WhatsApp: 915584428
– geral@freeflow.pt
– mensagem privada no instagram de @freeflowporto
Limite de lugares: sendo uma prática meditativa, terá um n.º reduzido de pessoas.
Sabe mais aqui: Viagem ao centro de ti Escrita meditativa | Facebook
Ficamos a aguardar-te para esta viagem ao centro de ti!
Ana Luísa Pereira